quinta-feira, 17 de julho de 2008

doberwoman

de manhã minha caixa craniana espreme a massa encefálica um pouco mais que o normal. o sólido- culpas, preconceitos, bons e maus hábitos, frases de efeito para mesas de bar- se separa do líquido- genialidades, ímpetos transformadores, amores espirituais, napoleanismos-, que, por sua vez, vai se concentrando na testa, pesando a cabeça para frente, até transbordar pelas fossas nasais. depois de lavar o rosto, me olho no espelho e posso vê-lo através da retina, escorrendo por trás dos globos oculares. o sólido se petrifica. o líquido se acumula, transborda, desce pelo nariz e escorre, escorre, escorre, escorre, escorre, escorre, escorre.

sábado, 12 de julho de 2008

o outro

por aqui, nada de novo... mas no meu outro blog tem. bora lá.

domingo, 6 de julho de 2008

vila madalena

eu aqui em casa, o sono chegando, e o sábado à noite correndo solto por aí. mulheres e homens à procura de um passa-tempo dentro de seus carros de paulista, homens na frente, mulheres atrás, todos já um pouco altos e com medo da polícia, guarda-carros-donos-da-rua, a euforia cheirando a cerveja, brigas, algum sexo e quase nada de amor. na vila madalena aos sábados à noite é proibido amar, e é obrigatório dar pelo menos dez risadas e falar bem alto. contadores de piadas ganham bônus no fim da noite. quem toma dois chopes paga um. você, camisa-social-barrigudo, pode aproveitar a promoção e convencer a sua mina loira a tomar um chopinho ao invés daquele sex on the beach que ela quer e que custa quinze pila, mas pensando bem, quem sabe com um pouco de vodka e pêssego no sangue ela não dá uma relaxada e dá pra você no carro na porta de casa, às três e meia da manhã, o segurança rondando, as câmeras do condomínio registrando tudo (e ela ainda diz que tem fetiche em saber que o porteiro está vendo), a porta do carro aberta porque estatisticamente é comprovado que os ladrões roubam 20% a menos os carros parados com a porta aberta, a mão por baixo da calcinha e a língua por cima de tudo, naquele beijo estonteante que só você sabe dar, camisa-social-azul-claro. sim, se ela tomar esse sex on the beach- vodka, pêssego e açúcar, bem doce, sobe rápido- depois é bem possível que ela faça alguma coisa com você no carro, algo de satisfatório e reconfortante, e o domingo se torne um pouco menos domingo, o maltido domingo que é maldito porque depois vem a segunda, e com a segunda vem a vida que você tanto adora.
meia-noite, vou dormir.
sinceramente, social-barrigudo, não sei quem é mais feliz. talvez sejamos ambos. talvez não o seja ninguém.